sábado, 10 de abril de 2010

África, Urgente!

155 milhões de pessoas não têm acesso a água potável
Texto elaborado a partir de matéria e informações disponíveis em: http://www.pnud.org.br/milenio/ e
http://www.afro.who.int/pt/centro-media/communicados-de-imprensa/251-relatorio-de-saude-na-regiao-africano.html


A Copa do Mundo que se realizará na África do Sul servirá também para trazer para o debate os problemas do imenso continente africano.

Dados do Relatório Regional Africano da Saúde: A Saúde das Populações avaliou a saúde dos 738 milhões de pessoas que vivem na Região Africana da Organização Mundial de Saúde garantem que, com o tempo e caso seja prestado suficiente apoio internacional, a região pode ser capaz de enfrentar as enormes mudanças sanitárias com que se vê confrontada.

“O continente africano enfrenta a mais dramática crise de saúde pública do mundo, mas este relatório mostra que existem soluções de saúde pública que funcionam no contexto africano. Estas soluções podem ser alargadas a todos os africanos em necessidade, caso os governos façam uso das lições aprendidas com as intervenções que obtiveram êxito, ao mesmo tempo que tentam alcançar uma melhor coordenação com os esforços dos parceiros internacionais, afirmou Alpha Oumar Konaré, Presidente da Comissão da União Africana em entrevista publicada no site da Organização Mundial de Saúde, na África.

A África é considerado o pior continente do mundo no que diz respeito à disponibilidade de água potável: carecem dela 45% da população e 61% não têm acesso a sistemas de saneamento adequados. O relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) publicou que mais de 155 milhões de pessoas, ou 39% da população da África Ocidental e Central, não têm acesso a água potável.


Faltam cinco anos para 2015, prazo estabelecido para o cumprimento das metas do milênio e o mundo corre o risco de não cumprir as metas nas áreas de água potável e saneamento básico, dizem os especialistas. Para que isso aconteça, é necessário que os governos tomem medidas drásticas e aumentem os investimentos. Em entrevista ao jornal Brasil de Fato a diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, doutora Maria Neira, é preciso vontade política para mudar essa situação.

Particularmente a África Ocidental e Central continuam sendo uma preocupação para a organização. Apenas oito dos 24 países da região estão prestes a atingir os objetivos no que se refere ao fornecimento de água: Benin, Burkina Faso, Camarões, Cabo Verde, Gabão, Gana, Guiné e Mali. Seis países têm menos de 50% de cobertura de água potável: Chade, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial, Níger, Mauritânia e Serra Leoa. Também é motivo de preocupação o fato de 291 milhões de pessoas na África Ocidental e Central não terem acesso a nenhum serviço sanitário. Segundo dados do Relatório Regional Africano de Saúde, a região tem maior taxa de mortalidade infantil de todas as regiões em desenvolvimento, com 169 crianças mortas em 1.000 nascimentos.

Em Moçambique, a falta de acesso e abastecimento de água e saneamento é um dos fatores, segundo a doutora Maria Nuir, que mais contribui para a elevada prevalência de doenças diarreicas em crianças. “É preciso mobilizar mais uma vez o interesse político, fazer ver que a água e o saneamento são um direito humano básico ao qual não se pode renunciar. É preciso também aumentar os investimentos financeiros e envolver as comunidades locais. Elas têm de associar água e saneamento à saúde. Muitas vezes não se trata de um problema de abastecimento, mas sim de gestão e distribuição de recursos”, diz a médica em entrevista à Rádio ONU.

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