A uma semana do mundial, os jogadores já elegeram a bola murcha.
E o prêmio framboesa do futebol vai para quem?
Para ela própria.
O nome dela é Jabulani.
A bola da Copa 2010, na África do Sul.
Se a unanimidade é burra, o discurso pode ser aplicado para alguns jogadores que a Imprensa internacional fez questão de saber sobre a famigerada protagonista desta Copa.
Explicando melhor: quem tem contrato com a Adidas, não criticou a bola.
Motivo autoexplicativo.
Provas disso foram a não-manifestação de Kaká e os panos quentes colocados pelo volante Xabi Alonso, da seleção espanhola.
Ambos são ligados à marca.
Mas quem tem contrato com outros patrocínios, a lei da mordaça não existe.
Júlio César, goleiro da seleção brasileira, foi o primeiro deles.
"A bola da Copa é horrorosa. Parece com aquelas bolas que você compra em supermercado"
Depois, Júlio Baptista e Luis Fabiano.
"Não dá pra enganar não. A gente fez gol com essa bola. Mas tanto pro goleiro como para todos os outros jogadores, a bola é ruim mesmo. Os laterais chegam no fundo, vão cruzar e a bola vai para o lado contrário da intenção do jogador que chutou. Teriam outras possibilidades de bola. Mas praticamente precisamos aceitar, não tem jeito. É uma bola que vai complicar muito"
"A bola é muito estranha. A trajeitória que ela faz é muito estranha. É sobrenatural"
Felipe Melo, então, foi mais "filosófico":
"Ela é que nem 'patricinha': não gosta de ser chutada"
(Vale lembrar que a Nike é a patrocinadora da Seleção Brasileira)
Mas não se assuste.
Não foram só os brasileiros que reclamaram da bola.
Para reforçar, com a palavra, o goleiro Gianluigi Buffon, da Itália:
"O novo modelo é absolutamente inadequado e acho vergonhoso uma competição tão importante, que reúne tantos campeões, ter uma bola como essa"
Nessa lista, também inculi Bravo (goleiro chileno).
"É uma bola especial, feita para complicar a vida dos goleiros, para que cometam mais erros e saiam mais gols. É uma bola muito complicada, muito rápida, difícil de pegar (...) é parecida com a do vôlei de praia"
Iker Casillas (goleiro espanhol) não perdoou também.
"Parece uma bola de praia. É triste que em uma competição tão importante como a Copa do Mundo um elemento como a bola seja tão sofrível"
Apesar das polêmicas, essas manifestações não são uma particularidade desta edição.
Em 2006, a Teamgeist (bola do mundial da Alemanha) foi bastante criticada pelos goleiros que disputaram a competição.
Entre eles, o próprio goleiro alemão Jens Lehmann e Rogério Ceni, reserva da seleção brasileira.
Na Copa das anfitriãs Coreia e Japão (2002), as críticas praticamente não aconteceram.
Apesar das reclamações, a patrocinadora reitera: Não vai mudar a bola.
Nem mesmo os representantes do maior evento do esporte.
E como diz Tostão, a reclamação dos jogadores sobre as bolas não é novidade nenhuma.
"Todos esperam que os jogadores gostem, mas nesses casos, não é bem assim".
Natasha Guerrize
Um comentário:
A maior tecnologia aplicada para fazer a bola e, como sempre, todo mundo chora.
Que tal dar-lhes uma "bola de capotão" para jogarem a Copa?
Ela vai ser uma boa desculpa para os pernas de pau - desculpem o trocadilho - pisarem na bola à vontade.
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